Por meio de contatos e de aliados internacionais, WBO alertou para o risco de um golpe no Brasil

WBO Press release
8 de janeiro de 2024

Comitiva brasileira é recebida em Washington, no dia 29 de julho de 2022, pelo deputado americano Jamie Raskin, membro da comissão parlamentar que investiga a invasão ao Capitólio americano, ocorrida em 6 de janeiro de 2021. O WBO organizou a visita de representantes de 19 organizações da sociedade civil brasileira que, entre 24 e 29 de julho de 2022, mantiveram, em Washington, encontros com deputados, senadores, membros do Departamento de Estado americano e organizações da sociedade civil local para informar sobre os ataques à democracia e ao sistema eleitoral brasileiro, e pedir apoio no reconhecimento do resultado da eleição presidencial de 2022, seja quem for o vencedor. Crédito: Maria Magdalena Arréllaga/WBO

O WBO (Washington Brazil Office) é uma das organizações brasileiras que atuaram na linha de frente da defesa da democracia e contra um golpe de Estado tentado por seguidores do agora ex-presidente Jair Bolsonaro, em 8 de janeiro de 2022. Por meio de contatos internacionais, o WBO alertou governantes, parlamentares, imprensa, academia e líderes da sociedade civil estrangeira sobre o que ocorria no Brasil naquele momento e nos meses que antecederam o 8/1.

O trabalho do WBO começou pelo menos seis meses antes, com a organização de uma comitiva formada por representantes de movimentos e de organizações da sociedade civil brasileira que viajaram a Washington para informar autoridades americanas sobre os ataques infundados do bolsonarismo ao sistema eleitoral brasileiro e para pedir que esses interlocutores estrangeiros reconhecessem como legítimo o resultado daquela eleição, fosse quem fosse o vencedor nas urnas.

O risco de um movimento golpista como o de 8/1 foi colocado no radar da comunidade internacional, em parte, pelos esforços do WBO e de seus mais de 50 afiliados. Além da visita da comitiva a Washington, iniciativa semelhante foi feita também na Europa, com a presença de representantes de 11 organizações brasileiras em capitais como Bruxelas (sede dos principais órgãos da União Europeia) e Genebra (sede de vários braços das Nações Unidas), além de outras capitais europeias.

"A articulação da sociedade civil brasileira foi fundamental para formar um bloco bastante coeso em torno da defesa da democracia no Brasil. Quando veio o 8/1, tínhamos interlocutores internacionais já bastante bem informados sobre o contexto dos ataques à democracia no país. Havíamos mantido encontros de muito alto nível, com parlamentares americanos e europeus, representantes de chancelarias estrangeiras e de organismos internacionais", disse James N. Green, presidente do Conselho Diretivo do WBO.

"O trabalho naquele momento foi fundamental, mas ele não está concluído. A defesa de uma democracia verdadeira, vibrante e participativa depende não apenas da realização de eleições limpas e periódicas, da pluralidade partidária e do respeito ao Estado de direito, mas também do respeito aos direitos humanos, aos negros e mulheres deste país, aos povos indígenas e ao meio ambiente. Nosso trabalho, hoje, não é apenas o de defender a democracia como tal, mas também de fortalecer a luta e as conexões internacionais de nossos parceiros na sociedade civil, que trabalham arduamente pelo aperfeiçoamento dessa democracia que vem sendo defendida a duras penas", disse Paulo Abrão, diretor-executivo do WBO.

O WBO considera fundamental que o Brasil avance no processo de responsabilização judicial dos autores materiais e intelectuais de todas as etapas deste grave atentado à democracia. A organização defende também que a memória do 8 de janeiro seja tratada como uma política permanente para construir caminhos para que isso nunca mais volte a se repetir no país.

Leia os comunicados que tratam da visita da comitiva brasileira a Washington e à Europa:

Organizações brasileiras vão à União Europeia para denunciar ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral

Conclusões da comitiva brasileira em Washington em defesa da democracia no Brasil

Senado americano aprova por unanimidade resolução em defesa da democracia no Brasil

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